Conchinha
Sou uma conchinha do mar,
E vivo num montinho de areia.
Apesar do vento passar,
De tudo estou alheia.
Ouço as ondas que se enrolam,
E vejo gaivotas no ar.
Além do saltitões que me amolam,
nada mais tenho a relatar.
Assim me deixo viver,
Até a erosão me levar.
Mas podem todos crer,
Que nunca deixarei de cantar!
by me
O Belo
" (...) Na formação do conceito e da apreciação do Belo, os filósofos têm através dos tempos procurado uma explicação segura e definitiva. O que é o Belo afinal? Porquê o ser humano considera umas coisas belas e outras não? Será o Belo uma qualidade intrínseca das coisas? Ou será o ser humano que atribui às coisas essa qualidade? (...) "
"(...) De reflectir-se também em que, se a beleza não está nas coisas, não estará somente na aprecição que delas faz o homem? Se o ser humano desaparecesse da Terra, a Natureza continuaria, mas nela não existiria nenhuma qualidade que se pudesse afirmar de Beleza. Beleza é um critério e um juízo humano. Desaparecido o sujeito que tem tal critério ou formula tal juízo, o mundo poderia ficar tal qual é, mas como afirmar que, sem o homem, continuaria a ser Belo? Belo para quem? (...)"
in "A arte, o artista e a sociedade" by Álvaro Cunhal
Menino d'oiro
"O meu menino é d'oiro
É d'oiro fino
Não façam caso
Que é pequenino
Não façam caso
Que é pequenino"
(...)
by Zeca Afonso
Querido diário 2
Olá! Tudo bem?
OK! Er... Hum... Yep!
Pois é que... Yá, yá!
...
Fuuuu, tsc!
Pronto, já está!
Beijos da tua Patreca.
Em estreia...
Dez pretos estão no cinema a mascar pastilhas de mentol...
Qual é o filme?
"Os Dez Man-da-Menta"
Degradação inventada
No comments...
As tuas palavras...
Precisamos todos de dizer palavras únicas e secretas. De as fazer sentir o mais possivel como a nós fazem. De as moldar ou explicar com apoio. Precisamos também de ouvir palavras sinceras, dolorosas ou não, mas longe de mentiras do bem parecer. A sinceridade, não é?
A mim as palavras custam a dizer, bem menos me custam a escrever. Mas tento expeli-las concentradamente no sentido verdadeiro que quero que tenham. São poucas eu sei! Mas mentir é quase pior que me matar! Prefiro calar ou omitir, quando prevejo uma perca desnecessária. Pormenores a que nós humanos damos importância em demasia. Por isso, nesses casos, para que hei-de eu dize-las?
Aqui quero falar não de mim, mas de quem me dá o som das palavras sentidas. Sentidas com amor, pelo que me diz. Eu acredito! Pois que as sinto ternas e preocupadas, sábias e importantes para o meu bem estar.
A minha ideia é um dia retribuir tudo isso, mas nem te digo, pelo medo que tenho em não conseguir fazê-lo! Vou tentar, ok?
Vou dormir...
Músculos
Por cada sílaba que nós falamos, 72 músculos entram em movimento.
Para sorrir, utilizamos 14 músculos.
Para beijar, 29.
Bolos de assucar
receita de cozinha anterior à introdução do sistema métrico decimal
transcrita do livro de receitas "O Cosinheiro Completo" editado no início do seculo XIX
"Deite-se em uma quarta de farinha dois arrateis de assucar, meio arratel de manteiga, duas gemas de ovos, um copinho de vinho branco, agua almiscarada, fermento e sal; esfregue-se esta massa muito bem nas mãos; fazem-se os bolinhos e quando vem do forno borrifam-se com agua de flor."
Pois, fez-me pesquisar! Ou seja, 1 quarta de farinha, pois que há outras quartas, equilave a 2650 gramas; 1 arratel são 500 gramas; água almiscarada, é fácil, é água aromatizada com almisque (ou almiscar); água de flor refere-se a água de flor de laranjeira.
Mais descobri, obviamente, mas só aqui escrevi o que interessa para o caso de alguém se querer dar ao trabalho de confeccionar estes bolinhos dos nossos antepassados!
Uma mera tentativa
Sinto que nasci contigo, que te tenho dentro de mim desde sempre, que este amor que sinto só pode ser teu. E o que tu sentes? Bem, o que tu sentes de mim depende... Estranho, não? Mas é como vejo a tua felicidade. Não é posse, não! É muita beleza em algo tão fisicamente pequeno! Como é possivel? Não sei responder porque sou uma bruta! As palavras nem metade dizem do que quero. Assim sendo, ficarei sempre na dúvida se serei eu alguma vez capaz de te dizer como me fazes viver, ver as cores, cheirar o bom, ouvir a musica e ser feliz... Mas contigo, só contigo!
Ah, meu pequenino! Que me fazes chorar desta dor de tanto te amar... Para sempre!
p.s. - Para sempre porque sei que me serás sempre fiel! Obrigada...
Palavras para ti...
JOANINHA (BEM VINDA!)
dos Daweasel
13 de Novembro, 4 da tarde, faz frio lá fora
o ano é 2002 e acho que já te disse a hora
o lugar é Lisboa ao pé do parque das nações
o mundo é teu, já te explico as razões e senões
deste lugar onde vieste parar sem saber como
sê bem-vinda ao jardim, eu serei o teu mordomo
eu sou o gajo do chapéu azul-bébé como tu
no meio da confusão que luta pelo teu olhar nu
não nos leves a mal mas deixaste-nos perplexos
tens vinte minutos de vida e fazes estragos complexos
com essa língua de fora e os olhitos bem rasgados
hás-de dar dores de cabeça até aos mais preparados
como o teu pai que tá histérico, vestido como um doutor
esse a quem agora tiraste toda e qualquer dor
há de stressar contigo vezes sem conta, acredita
o amor é um gajo estranho, às vezes até irrita
por isso vai-te habituando a ter muita paciência
somos todos complicados e é preciso ter experiência
para atinar neste planeta a quem chamaram Terra
sem darmos bem por isso aí vem mais uma guerra
Vivemos na tuga, um país que até é bem tranqüilo
Se me dessem a escolher não dava um vacilo
Não é perfeito nem nada que se pareça
Ainda depende de nós para que muito aconteça
O que acaba por ser porreiro porque te dá motivação
Não temos nada garantido na palma da mão
Há mesmo sítios onde a esperança quase já não existe
O que vale é que há sempre alguém que resiste
E insiste em fazer a diferença para melhor
Dá tudo por tudo com muito sangue e suor
Com tanta pressa que tiveste para cá chegar
Só posso acreditar que tenhas muito para nos dar
Pareces-me rebelde e é mesmo isso que se quer
És joaninha de nome mas já vejo uma mulher
Venha o que vier o amor é incondicional
Podes contar comigo quando tudo te parecer mal
É natural, quer dizer que não andas a dormir
Não há nada pior nesta vida do que não sentir
Queria dizer-te tanta coisa, mas ainda nem me vês
E o tempo há-de trazer todos os teus porquês
Há bocado fiz umas contas e senti-me mal
Quando tiveres dezoito eu vou ter quarenta e tal
Tenho medo de não perceber o teu mundo nessa altura
Mas o feeling que sinto não é sol de pouca dura
E por muito cota e datado que te possa parecer
Fui e sou mais janado do que gostava de ser
Por isso tá à vontade, manda vir que eu aguento
No mínimo posso tar se calhar um pouco lento
Lembrei-me disto 2
Ai, que agora lembrei-me da vez em que fui a uma festarola underground. Estava toda catita, de saia meio curtinha, visto ser Verão. E lá andava eu a saltitar ao som da música. A festa era numa mega garagem lá para os lados da Universidade. O piso da garagem era daquele anti-derrapante, com bolinhas salientes. Foi esta alminha tropeçar numa bolinha, cair de gatas e a merda da saia revira-se e cobre-me as costas! Ahahahahahahahah! Assim fiquei paralisada a tentar aperceber-me do que tinha acontecido. Que figurinha!!!! Eheheheh Que terá pensado quem para mim olhou? “Estará em meditação?”, “Hum..., que é lá isto?!?”, “Bela cueca!” ou “Valha-me Deus, há cada um...”.
Ok, corei, procurei um buraco e não encontrei, ri-me amareladamente e bazei dali o mais rápido que consegui!
Ihihihihihihihih...
Lembrei-me disto 1
Lembrei-me agora de um amigo meu que, á custa de uns copos a mais, decidiu sair de casa pela varanda. Pendurou-se no murete da dita cuja e... Largou as mãos! Caiu em jeito de sentado com as mãos a “apoiarem” a queda. Eheheheh! Partiu os dois pulsos. Lá foi o desgraçado aflitinho para as urgências e de lá saiu com os dois braços em cruz ao peito, engessados até aos cotovelos.
Pobre rapaz, que para tudo, sublinhe-se tudo, passou a depender do irmão. Pobre irmão!
Ahahahahah...
Ok, não tem piada! (eheheh)
Querido diário...
Olá! Desculpa nunca te ter escrito uma única palavra, mas de tão vazia ser a minha vida nunca achei necessidade de o fazer. Escrevo-te hoje com o único intuito de te provar como oco é este meu mundo. Hoje não fiz nada, ontem nada fiz, anteontem nada foi o que fiz e amanhã prevejo fazer absolutamente nada! Cá está!
Há apenas um pormenor: tenho o coração cheio!
Beijos da tua Patreca
Disse-te Adeus à Partida
(fado de Coimbra)
Disse-te adeus à partida
digo-te adeus à chegada
se quero tudo da vida
já de ti não quero nada.
Disse-te adeus e depois
fiquei no mesmo lugar
o leito de nós os dois
só tem raízes no mar.
Dizer adeus é diferente
quando to digo baixinho
no meio de tanta gente
é que me sinto sózinho.
in Letrinhas de Cantigas by António Lobo Antunes
Quem ganhei
Um dia nasci eu.
O imprevisto aconteceu... Maldição!
Mas eu cá ando e sou.
Sou quem eu desconfio não conhecer.
Não, não me devo conhecer, senão já devia saber
quem eu sou. Mas eu não sei quem sou.
Não sou nada.
Não sou quem tanto queria ser: um sonho!
Eu não faço nada para ser um sonho.
Eu não quero fazer nada.
Sou quem sou e não conheço.
Sou quem sou e não quero perder quem ganhei...
Não me conheço, mas conheço o meu pensar, ás vezes...
Cala-te, cala-te Patreca!!!
... em 1991
Cem palavras do meu dia
Acordar, esperguiçar, levantar, arrastar, comer e beber, fumar, ouvir, ir, beijar, mimar, rir, abraçar, correr, pular e dançar, lavar, vestir, sair, café, pagar e bazar, passear, ver, cheirar, sentir, sorrir, horas, tarde, carro, guiar, estacionar, subir, entrar, cozinhar, dar e ingerir, fumar, teclar, cócegas, baloiços, correr, escorregar, sede, água, subir e trepar, água, sujos, pedalar, fome, lanche, sentar, café, ralhar, obrigar, disparates, continuar, ai, compras, desesperar, carrinho, acelerar, doidos, essencial, caixa, multibanco, casa, banho, cozinha, jantar, cigarro, arrumar, limpar, brincar, legos, carritos, playmobil, puzzle, escondidas, gargalhadas, soninho, leite, bolachas, cama, história, amor, bocejar, despedir, fumar, teclar, emails, navegar, música, cansaço, espreitar, aconchegar, sorrir, deitar, apagar, fechar.
Eu pensei!
Pois é! Geralmente estamos tristes. Por vezes nem sabemos porquê! Para tal é preciso pensar. Raramente pensamos, pois que para isso é necessário que nos apercebamos que é conveniente fazê-lo. E falo em pensar, mesmo pensar, reflectir, aprofundar as coisas, como se costuma dizer: analisar, diagnosticar, blá, blá, blá. Só me lembro de o ter feito conscientemente uma única vez na minha vida! Eheheheh... Ah, mas foi muito importante!
Resolvi numa tarde ir a um café pensar! Verdade!!! Saí de carro, escolhi um café vazio e lá fui eu beber um fino e ver o Diário de Coimbra. Li as "gordas", arrumei o jornal num canto da mesa e pus a uma mão a apoiar o queixo e com a outra agarrei no fino. Pimba: Pus-me a pensar! Ui, ui, ao início foi difícil mas lá organizei os neurónios. Nem me lembro quanto tempo passou! Sei sim que consegui tomar decisões para a minha vida toda. É que pensei em tudo, tudinho! Estava mesmo a necessitar de saber a razão pela qual não me ria há tanto tempo. Encontrei as razões, sim eram várias, e ainda por cima achei solução para algumas. Enfim, fiquei confiante e determinada em relação ás minhas ideias. Txiii, mas que tornado veio depois!!!! Revirei, falei, mudei, mexi e remexi, zanguei-me, fui egocêntrica, chorei, angustiei-me, tive pena, destruí! Mas agora já me rio de quando em vez e tenho a profunda confiança que o irei fazer mais vezes! Não sou feliz, não, isso não sou! Sou apenas menos infeliz! E a rir-me feita estúpida (que o tenho sido e muito) digo: Ah, esta merda são fases, passam! Um dia serei ainda menos infeliz!
Eheh!
Reflectindo agora sobre a minha mega reflecção: Que raio de bicharocos complicados que nós somos! Não sei explicar estas coisas. Mas que a nossa cabecinha é complicada, lá isso é! Apenas se conhece 10% do funcionamento cerebral. Assim sendo, a minha não explicação é: A culpa é dos 90% que desconhecemos, de certezinha!
O lobo não é mau
by me in 2003
Descobertas
Eu criei este blog sinceramente nem sei muito bem porquê. O que é certo é que fui encontrar no fundo de uma gaveta, do fundo de uma cómoda, no fundo do escritório uns livritos escritos por mim... Pois, até eu fiquei com cara de imbecil a olhar para aquilo! Certas coisas nem foram propriamente escritas por mim, foram sim transcritas para lá. Mas a minha "leiguíce" fez com que não mencionásse os autores. Enfim...
Ah, e que quero eu com esta conversa? Apenas dizer que me apetece passar algumas "cenitas" para este blog. Daí chama-lo Armazém da Patreca! É para isso que penso que ele irá servir: mero espaço de armazenamento.
Nem sei se vou dizer a alguém que o tenho! Eheheh...
Que se lixe!
Melhoramentos
Funciona! Fiz melhoramentos mas não consigo pôr o tamanho de letra todo igual ali naquela parte ao lado. Fica para outro dia, é melhor!
O primeiro
Bem, esta é uma mera tentativa, uma experiência e como tal tenho de testar. Com licencinha:
- um, dois! um, dois! um, dois! tss!! tss! fuuu fuuuu
Ok, parece-me operacional. Vou ver agora como está!